Conhecendo os Vampiros #6

Hoje vou postar a história do Serafim mais Poderoso (ancião) da Mão Negra. Elimelech, que atravessou milênios e é um Serafim café-com-leite *-*... A história pode ser um tanto quanto confusa, pois usa alguns personagens da bíblia, nomes e locais antigos, mas dá para entender xD



Nome: Elimelech, o “Duas vezes condenado”, Serafim da Mão Negra


Clã: Desconhecido (Linhagem quer dizer mesmo alguma coisa para os anciões?)


Geração: Desconhecido, mas é atribuído que ele seja qualquer uma desde a 2ª até 5ª!


Abraçado em: Livro de Rute Cap. 1, Ver. 3






“VIDA”

“E Elimeleque, esposo de Naomi morreu; Naomi partiu, juntamente com seus dois filhos. (Rute 1:3) – É uma entrada auspiciosa para o estado imortal, em relação aos outros.


NÃO VIDA


Elimelech da Judéia nunca conheceu seu criador. Como ele era? Cruel? Ele concedeu a maldição de Caim como uma bênção? Ou um castigo? Poderia esta condenação cair sobre outro por acaso, ou havia algum propósito oculto nisto? Com ele ausente, como sua família se sairia nesta terra estrangeira?

Após acordar, Elimelech estava pálido, sua esposa o colocou numa cova rasa, nem nenhuma identificação. Três noites após enterrado, ele reuniu forças para se levantar, cavando com suas próprias unhas a terra gelada. Meio insano e possuído por uma sede que nenhuma fonte nesta terra poderia saciar, o judeu seguiu à leste, na procura de sua amada família e de alguma forma encontrar a libertação da abominável não vida em que ele havia sido introduzido.

A busca de Elimelech levou meses, mas ele encontrou sua família – no interior de um país chamado Moabe, onde seus filhos tomaram como esposas mulheres idólatras e assim eles iniciaram suas próprias vidas. O choque foi demais para o ‘jovem’ cainita; em uma manhã encontraram Mahlon e Chilion, filhos de Elimelech, num campo com suas gargantas arrancadas. Eles foram vítimas inconscientes da fome demoníaca de seu pai, e suas mortes deixaram Naomi, sua mãe, novamente só.

Lágrimas de sangue rolaram pelas faces de Elimelech, assim que ele viu a colheita maligna que ele havia semeado; ele viu sua viúva (quem agora chama-se Mara – “amarga” – pois o Senhor Todo-Poderoso tem me tratado com bastante amargura”, ela disse) a juntar seus pertences mundanos. De longe, ele viu a ira com que ela confrontava suas filhas herdadas, a separação de cortar o coração quando Orpah ficou para trás, relutante por deixar a vida que ela construiu na aldeia moabita. Rute, contudo acompanhou sua sogra no retorno ao deserto, sem nenhum dinheiro e deploráveis.

Elimelech as seguiu, dividido entre a compulsão de ver o que fora feito de suas crianças e o vergonhoso segredo que o impedia de revelar-se para eles. Ao longo dos anos ele viu sua esposa e filhas reduzidas a recolher espigas de cevada nas fazendas alheias só para sobreviverem. Ele assistiu a Rute, outrora tão bela, crescer abatida e se tornar noiva de um miserável parente, três décadas mais velho que ela, numa incestuosa paródia de matrimônio. Naomi (agora chamada Mara) estabeleceu-se em uma casa paga pelo parente. Na frente de Naomi, este lhe era um pouco atencioso, mas pelas costas, o parente zombava dela cruelmente. Até mesmo as terras de Elimelech foram divididas e vendidas à ladrões e mercadores de escravos.

"Se meu Senhor quer que assim seja, assim será", Elimelech, último da Judéia disse a si mesmo, tentando chegar a um acordo com sua existência antinatural. Ele passou a residir numa série de cavernas ao sul, contíguas ao Mar Morto e se alimentou do gado ou de andarilhos adormecidos. Ele continuou a observar e socorrer sua família e as famílias destes, fazendo por eles o que ele não pôde fazer por seus próprios filhos – ainda que sempre à distância e sempre só, para que ele não caísse novamente e fosse presa da loucura que arrancou seus filhos dele. O cainita condenou a si próprio à uma eternidade de solidão por seus pecados e resolutamente aguardava sua sentença.



Gerações vieram e foram, como fossem a passagem das estações do ano, para os olhos ‘cansados do tempo’ de Elimelech. Sua imortalidade não deu a ele imunidade à ‘mordida da tragédia’, apesar de tudo. O judeu ficou sabendo que sua distante criança, Orpah, agora uma mulher de idade, estava sendo perseguida e torturada, juntamente com suas filhas e netas nas mãos dos moabitas, que não confiavam na recente conversão delas. Ele viu doenças chegando à Vila de Belém da Judéia, seu neto Obed morto por uma praga e a esposa e filhas de Obed se tornando estéreis. Alguns anos mais tarde, ele viu as terras de seus antepassados, juntamente com os seus parentes que ainda não haviam se espalhado pelos quatro cantos da Terra, serem invadidas pleos Filisteus e forçados à escravidão, enquanto ele dormia durante as horas iluminadas pelo sol.

Somente Elimelech restou, imutável, imortal, incapaz de repelir quaisquer crueldades do destino e Deus continuava a prová-lo. Ele estava diposto a aceitar qualquer pecado que ele havia cometido, que o levou a provas deste inferno na Terra ou redimir-se pelos abomináveis crimes que ele havia cometido, décadas atrás. Elimelech deixou as ruínas fumegantes de sua casa ancestral e caminhou de forma errante para novos reinos do mundo em procura de destruição, redenção, condenação, qualquer coisa.

Anos depois, no Vale de Ephesdammim, um campeão de Gath caiu por uma pedra lançada por um menino-rei de Israel, Elimelech encontrou uma resposta. Lá à luz das tochas silenciosas da arena circundada de pedras onde Davi, bisneto de Rute, derrubou Golias, Bisneto de Orpah – Elimelech percebeu que aquilo nunca teria fim, que sua de sua maldição ninguém poderia escapar.

Isto era mais do que o vampiro, agora ancião poderia suportar. Elimelech, furioso, partiu daquele lugar em busca do santo ou do pecador que pudesse acabar com sua não-vida. Ele perdeu o controle para sua besta interior por séculos, se jogando à mercê dos quatro ventos, matando indiscriminadamente, não sendo capaz de distinguir o homem do monstro, entregando-se à todos os excessos que sua existência inumana pudesse conceder.

Ele causou tumultos ao sul, nas areias escaldantes, onde as crianças da serpente não tiveram encantos para aquietar sua essência selvagem. Ele foi para o leste para os locais desconhecidos, onde segredos e feiticeiros esquecidos não encontraram salvação para ele. Elimelech viajou à oeste, para a orla das águas, onde ele foi queimado pela chama justiceira e ele não pôde entrar nos portões da Cidade Proibida, e finalmente ao norte, onde os necromantes da Capadócia o submeteram aos tormentos de suas santas relíquias e grimórios.

Realmente, Elimelech derramou seu sangue no cálice de Cristo, somente para mais tarde ser traído pelos sujos Cainitas mais tarde. De tempos em tempos o Judeu se desenvolvia para enganar a Morte Final e ficar para sempre impedido de reunir sua família, para sempre preso entre o céu e o inferno. E, em outro momento de epifania de uma mente deturpada, o filho de Naasson queria saber se tudo isso – até mesmo o nome dele, Elimelech (meu Deus é o Rei) – poderia já ser predestinado... se ele fosse realmente como Jó – um vagabundo e só, impotente diante do que ele estava se tornando, fraco demais para fazer a diferença.




Ultimamente, as viagens de Elimelech o fizeram entrar em contato com a Mão Negra. Ele é muito imprevisível para o Conselho dos Serafins confiar plenamente nele, mas muito antigo e poderoso para simplesmente ser ignorado. Ele já viu cada peça de prata deste mundo, e ceifou inumeráveis almas no curso de milênios, durante o qual ele, lamentavelmente estava plenamente consciente. Para ele a Manus Nigrum não é nada além de meios para as finalidades, somente um simples passatempo para toda a eternidade. Ele joga o patético jogo de poder da facção e tenta esquecer o que outrora ele era e no que ele se tornou. Em vão, ele usa a Mão Negra para distraí-lo do que está crescendo vagarosamente dentro dele, o compelindo com uma frequência crescente, tomando conta do seu próprio ser.

Talvez o fim seja iminente; talvez em alguma noite a terrível criatura despertará e tomará o controle permanentemente, para sempre encobrindo Elimelech (que já está tão degenerado a ponto de que somente sangue cainita, não mais o humano pode saciar sua terrível sede, a mão tenta esconder este fato e com isto gasta indevidamente seus recursos já escassos). Entretanto, os Serafins aceitaram-no como um dos seus (provisoriamente), incluindo Elimelech em suas deliberações, ouvindo seus conselhos quando ele está lúcido e o enviando acorrentado e gritando em sua cela quando ele está descontrolado. E até mesmo os Serafins se perguntam se os gritos não são na realidade pranto. Todos os anciões orgulhosos da Mão Negra se recusam a entrar numa sala sozinhos com Elimelech, por razões que nenhum deles discutem.

APARÊNCIA

Elimelech possui uma face amável, que é totalmente inapropriada para um dos vampiros mais terríveis na Mão Negra do Sabá, embora existam rumores de que sua aparência muda quando ele encontra-se em solidão. Tipicamente, Elimelech mostra-se como um patriarca de uma família descendente da Pérsia ou Mesopotâmia. Ele veste as mesmas roupas que ele usava durante seus dias de vida com Rute em Moabe: Uma simples veste de linho e um par de sandálias simples. Indivíduos familiarizados com a aparência de Elimelech juram que sua pele enegreceu com o passar dos anos e por isto ele é um Assamita, mas Elimelech não confirma nem desmente estas afirmações.



FICHA

Senhor: Desconhecido

Natureza: Monstro


Comportamento: Masoquista


Geração: Qualquer uma entre a 2ª e 5ª


Abraço: Rute 1:3


Idade aparente: Indeterminada. Embora o Serafim não tivesse mais de 30 ou 35 anos na hora de seu renascimento, ele definhou com o passar dos séculos e agora ele aparenta estar na casa dos 50.


Físicos: Força 4, Destreza 3, Vigor 7.


Sociais: Carisma 4, Manipulação 5, Aparência 3.


Mentais: Percepção 8, Inteligência 9, Raciocínio 5.


Talentos: Prontidão 6, Esportes 2, Briga 3, Esquiva 4, Empatia 5, Expressão (reza) 4, Intimidação 3, Liderança 4, Manha 2, Lábia 4.


Perícias: Empatia com Animais 2, Etiqueta 2, Herbalismo 4, Armas Brancas 2, Performance 5, Cavalgar 1, Furtividade 3, Sobrevivência 4.


Conhecimentos: Acadêmicos 4, Sabedoria Popular 6, História 9, Investigação 5, Direito 1, Lingüística (milênios em contato com línguas mortas e vivas) 8, Medicina 2, Ocultismo 4, Ciência (agricultura) 5.


Disciplinas: Animalismo 2, Auspícios 8, Rapidez 2, Demência 9, Dominação 7, Fortitude 9, Necromancia 1, Ofuscação 7, Potência 3, Presença 1, Metamorfose 3.


Linhas Necromânticas: Linha do Sepulcro 1.


Antecedentes: Aliados 6, Membro da Mão Negra 5, Status no Sabá 8.


Virtudes: Consciência 2, Coragem 2, Autocontrole 1.

Trilha: Humanidade 1

Força de Vontade: 10



Nota:
No CCG Vampire: the Eternal Struggle, o Elimelech veio como sendo Ventrue Antitribu, mas na minha opinião pessoal ele é do clã Malkavian.


Fonte:
Children of the Night: 1999, White Wolf, pgs. 14-15


Artes:
1ª foto:
Elimelech, the Twice Damned, VTES (2006) - Jeff Laubenstein
2ª foto:
Abactor, VTES (2008) - Juan Calle
3ª foto: Circumspect Revelation
, VTES (2003) - David Day


Aproveitando, gostaria de convidá-los para jogar VTES amanhã. Nos reunimos semanalmente, aos sábados às 15h No Palácio do Sorvete, Vila Velha - Av. Champagnat.Qualquer dúvida é só entrar em contato:

zammael@gmail.com

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1 comentários: (+add yours?)

Anônimo disse...

Sinceramente a ficha ficou devendo, principalmente que não dá para ser "leviano" pastando "geração entre 2 a 5" até porque essa ficha esta longe de ser de um Ancião como a história tende a contar, embora seja de um segunda geração por conta das disciplinas em nível 9 quem joga já saca na hora que é 9. Há uns exageros marcantes e desnecessários. Fora que um mão negra com humanidade mesmo sendo 1 é desperdício e ridículo, por favor releia o livro do Sabá e escolha uma Trilha coerente até para não prejudicar o site que parece sério, ou só vai arrecadar gente que não conhece o sistema deixando quem conhece de fora por discordar que qualquer matéria mesmo errada seja postada aqui! Lamento á quem não concordar mais é a verdade!

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