D&D Next: Eu joguei a 5ª edição – Por Charles Dunwoody

Essa coluna foi tirada do site RPG.net, escrita por Charles Dunwoody no dia 06/02/2012.

Um pequeno jogo chamado Dungeons & Dragons está sendo atualizado, e eu que moro à 3 horas de Fort Wayne, Indiana, fui para o D&D Experience como um dos 363 playtesters do evento, onde dei meu feedback.

D&D N
Eu vou admitir, estava muito cético, mas esperançoso (nota do blogueiro: como eu estou agora). Sentei com jogadores provenientes de todas as edições, desde as “crianças” da 4ª edição até “dinossauros” da primeira.
E como bônus, eu e meus amigos tiramos uma foto com Monte Cook.


O QUE EU ESPERO QUE SAIA NO D&D N:
Como não posso compartilhar a mecânica do jogo, deixe-me explicar o que eu estou procurando no D&D. Um, é ser capaz de jogar com qualquer um que goste de D&D. Sem ninguém precisar justificar que edição estamos jogando (nota do blogueiro: a velha briga entre jogadores de 2ª, 3ª e 4ª edição).
Dois, aventurar-se tem que ser perigoso. Eu não quero ser o super-homem. Se eu cometer um erro tático, eu devo acabar perdendo meu personagem, ou algo próximo disso. Isso é algo justo, principalmente se o mestre está fornecendo pistas visuais e dicas sobre o perigo.
Então, eu estou no D&D Experience buscando o fim da guerra entre edições e uma experiência de jogo desafiadora.

LOGÍSTICAS DA AVENTURA DO D&D N:
Tivemos seis jogadores mais o mestre. Um canadense de Quebec de 12 anos e seu pai, um homem de Boston (Bostonian), eu e dois dos meus companheiros de jogos – um jogou a 4ª edição até o nível 30 e o outro abandonou o D&D com a 4ª edição. Seis jogadores não eram problema, mas talvez poderiam distribuir as mesas em grupos menores.
A aventura foi extremamente básica, literalmente (veja o post do blog). Apenas dados, papéis e lápis. E um mapa azul (que você pode ver no post citado).

O que foi visto na mesa:
O nosso mestre sorriu durante maior parte do jogo; e em um certo ponto ele fingiu me entregar um cartão de ouro de sua carteira com base em alguma bobeira que meu personagem tinha. Ele jogou todas as edições e parecia satisfeito.
Por outro lado, o garoto de 12 anos passou maior parte do tempo preso a ficha do personagem. Ele foi melhor do que eu no ponto de vista mecânico.
Em nenhum momento nós perdemos o ritmo ou discutimos sobre algo, e o mestre parecia empolgado e relaxado. Nós sentimos a necessidade de nos manter engajados e prestando atenção, já que o jogo rolou rapidamente com base no design da aventura. Eu podia ver um mestre ser capaz de moderar facilmente o ritmo da aventura.
Eu consegui jogar D&D N com desconhecido, um de outro país com um garoto, e estávamos todos no mesmo time com alguns de nós “encarnando” os personagens e outros analisando o que o seus personagens eram capazes de fazer. Nós tínhamos um cara que havia jogado a 4ª edição até o nível 30 em sua campanha e outro que havia abandonado o D&D por causa da mesma edição; e ambos trabalharam bem juntos. Você não pode comprar esse tipo de sinergia.
Acho que o que mais me impressionou é que eles de fato conseguiram puxar algo de todas as edições, fazendo isso ser um verdadeiro “Dungeons & Dragons All Editions”, e ao mesmo tempo conseguiram torna-lo um jogo novo e moderno, que foi realmente divertido jogar. O meu personagem foi o mais “estilo 4ª edição”, porém eu vi todas as edições naquilo que eu representava na mesa e na aventura.
A coisa mais estranha foi que, eu queria realmente estudar as fichas, memorizar as coisas, apenas para satisfazer a minha curiosidade. Porém eu acabei me divertindo tanto que eu não me importei com todas as regras individuais. Isso me surpreendeu, eu esperava um playtest um pouco maçante e sem polimento. Em vez disso, fiquei empolgado e perdi a noção do tempo em um hobby que eu gosto. Nem me lembro da ultima vez que isso me aconteceu!

Meu personagem:
Meu personagem tinha a capacidade de fazer muito mais do que a aventura podia cobrir, mas isso só me incentivou a improvisar. Outros jogadores preferiram se concentrar apenas nas fichas dos personagens e fizeram bem – não havia pressão para interpretar e nem penalidade para jogadores novatos ou tímidos que não queriam fazer isso.
Meu personagem sem dúvida, teve sua gênese na 4ª edição, do conceito a mecânica e “sabor”. Não se jogava exatamente como na 4ª edição, mas dava para ver suas influências e o respeito que os designers têm por esta.
Eu interpretei um veterano rabugento de algum conflito feio que não terminou bem para o meu personagem. Este background foi notado pelo mestre e usado no jogo (juntamente com outros backgrounds criados pelos jogadores).
Eu senti que a mecânica e as descrições profundas ajudaram na minha interpretação. Eu atraí o problema para mim, por causa da minha boca grande (o mestre não só riu da minha interpretação, como fez com que os monstros quisessem me calar). Resultado: a minha interpretação foi transformada em benefícios mecânicos, trabalhados com as regras do jogo.

CONCLUSÕES:
D&D Next Generation é FODA. Senti que poderia tanto procurar ideias na minha ficha, como poderia simplesmente dizer ao mestre o que eu queria fazer. Se eu não pudesse encontrar no papel, poderia perguntar ao mestre como fazer algo.
Para ser honesto, depois da minha ida ao Fort Wayne eu percebi que havia algo “errado” no meu jogo. Não simplesmente no combate, mas também em ouvir o mestre e entender o que está acontecendo a minha volta. Eu penso que o D&D N vai me tornar um jogador melhor, com lições que eu aprendo desde a 1ª edição. Você realmente precisa experimentar isso. Eu realmente gostei no design dessa nova edição.
Pessoalmente, estou muito feliz por aprender coisas novas e me tornar um jogador melhor (não apenas no jogo de RPG).
Eu não espero que a morte na versão final do D&D N não seja algo ridículo (como um mago de primeiro nível morrendo para um gato de estimação). Porém, um mago que entra em combate corpo-a-corpo com seis orcs com machados grandes deve esperar a morte. Espero algo que faça sentido no jogo. (Nota do blogueiro: provavelmente isso faz menção ao D&D 4ª edição)
No D&D N, eu acredito que o mago vai pensar: Ei, como eu posso enfrenta-los usando uma mala com pergaminhos e um vestido? Por que eu estou lutando contra seis brutamontes armados com objetos tirados de um açougue? E ele vai ter uma ou duas rodadas pra cair fora (com ajuda dos amigos) ou morrer lutando.
Poderia simplesmente, o azar matar um personagem em D&D N? Minha opinião pessoal é que na nova edição a resposta será não (ou a possibilidade é tão remota que as chances são quase nulas).
Eu também senti muita influência da 4ª edição no jogo aqui. Nele, você enxerga a preocupação com o equilíbrio dos personagens.
Parece uma fusão maravilhosa para mim e espero que os designers possam continuar a melhorar o “sabor” do jogo, dentro e fora dos combates, usando todas as ferramentas e regras à disposição. Eles realmente parecem ser especialistas, o que me dá bastante confiança quanto a nova edição.

2 comentários: (+add yours?)

Ludus DF disse...

Gostei muito desse relato! Estou realmente ansioso para ver esse sistema!

Vicente Arrigoni disse...

Eu passei a ficar ansioso tbm!

Principalmente quando eu li a parte da pessoa que detestava a 4ª edição...

Agora eu tenho esperanças reais!!

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