Dust Devils - As aventuras agora são no Velho Oeste.


A Redbox Editora acertou mais uma vez ao trazer um grande título de RPG para o Brasil. O escolhido da vez foi o "Dust Devils - Histórias no Velho Oeste" de Matt Snyder premiado com o título de melhor RPG Indie de 2002.


Dust Devils é um RPG narrativo colaborativo no qual os personagens e as histórias são baseadas no cenário do velho oeste americano com cowboys, roubo a diligências e duelos ao por do sol. Dust Devils influenciou vários outros RPGs com sua mecânica de narração conjunta, entre eles o RPG "Este Corpo Mortal" de Brennan Taylor publicado no Brasil pela Retropunk Editora. O jogo não usa dados, como a maioria dos jogos Indie, usando um sistema de mão de poker para definir o vencedor dos conflitos (testes) durante a aventura. O número de cartas que o jogador recebe por conflito e quantas ele pode trocar (lembrando para os que gostam de poker é usada a versão do poker fechado, de 5 cartas, típica do Velho Oeste, ao invés do Texas Hold'em muito popular hoje em dia em todo mundo) irá depender do valor de suas Pontuações (Características) e Traços. Aqui o jogador não tem perícias ou uma lista delas para escolher. Ao afirmar que o personagem é um vaqueiro automaticamente ele passa a poder fazer testes envolvendo as perícias de um vaqueiro. Em caso de dúvida sobre o que é válido ou não jogadores e Crupiê (mestre) decidem se pode ou não usar os valores no conflito que irá ser realizado.


A ficha de personagem é fácil e rápida de se fazer e talvez o que se demore um pouco mais é determinar o demônio do jogador. Demônio é algo no qual o personagem quer fugir, não deixar que ele se manifeste. Pode ser o vício em alguma coisa, um desvio de caráter ou um comportamento criminoso. Esse demônio persegue o jogador e evitá-lo ou não passa a ser um dos objetivos do jogador na partida. Se entregar a ele é mais fácil, mas resistir trás mais benefícios.


O ponto alto do jogo é a narração conjunta que acontece logo após um teste. Vence o teste aquele que apresentar o melhor jogo em um conjunto de 5 cartas, mas a narração da cena fica a cargo daquele que tem a carta mais alta. Exemplo: O Crupiê descreve uma cena na qual haverá um duelo entre um personagem seu contra um personagem de um dos jogadores da aventura. Eles recebem cartas no valor correspondentes de seus características e de seus traços e escolhem as 5 melhores. O Crupiê mostra um full house de 8 com Valete, enquanto o jogador mostra uma trinca de Rei. Apesar de ter vencido a mão não será o Crupiê quem vai narrar a cena, porque a maior carta dele era Valete, enquanto o jogador tinha Rei. Com isso será o jogador que irá narrar a cena, lembrando apenas que ele deve narrar sua derrota, mas podendo melhorar um pouco para ele. Outro ponto interessante do jogo é quando chega o fim do jogador. Em Dust Devils o jogador não sai da aventura apenas quando ele morre, mas quando chega ao seu fim. O fim do personagem é determinado quando ele zera uma de suas Pontuações (que são 4: Punhos, Visão, Culhões e Coração) e precisa fazer um teste que usaria aquela característica. Com ela zerada chegou ao fim o personagem e o jogador terá toda a liberdade de narrar seu fim, que pode ser a saída da cidade, ele se entregando para as autoridades ou fugindo para o México. Em Dust Devils os jogadores não tem pontos de vida e os danos sofridos por eles, sejam físicos ou mentais, durante a aventura subtraem das Pontuações.

Para os que gostam de RPGs narrativos colaborativos é imperdível, mas pode ser um pouco difícil para jogadores que não tem dom para narrar, pois a todo momento os jogadores são chamado a participar da aventura narrando parte dela. Dust Devils é um jogo elegante e inteligente e bastante divertido. Como brinde desta análise do jogo deixo para vocês uma aventura que narrei no último encontro do RPG na Ilha. Vamos ver quem é o mais rápido do oeste.

Faça download da aventura clicando AQUI.

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